MÓDULO 2 – PRINCÍPIOS DO LEAN HEALTHCARE

OBJETIVOS:

Conhecer os 5 princípios da Produção Enxuta;
Identificar as atividades que agregam valor;
Conceituar o que é desperdício;
Aprender a identificar os tipos de desperdícios;
Disponibilizar links e referências de textos completos.

Para compreender o sistema de produção enxuta é necessário o entendimento dos princípios que o fundamentam. Foram identificados cinco princípios (GRABAN, 2013; WOMACK; JONES; ROOS, 2004; PINTO, 2008; ESTEVES, 2015) descritos a seguir:

Definir valor: definir o que é valor segundo a visão do cliente.
Identificar o Fluxo de valor: conhecer o processo que gera valor identificando atividades que não geram valor.
Criar Fluxo Contínuo: os lotes de produção devem ser unitários, evitando estoques intermediários entre um processo e outro facilitando a identificação de problemas.
Estabelecer a lógica do sistema puxado: onde não for possível aplicar fluxo contínuo, deve se estabelecer o sistema puxado, produzindo somente quando requer cliente.
Procurar a perfeição: criar um ciclo de melhoria contínua, atingindo o objetivo inicial, deve-se projetar outro, e assim sucessivamente. A perfeição é sempre um objetivo inalcançável.

Uma atividade que não agrega valor é desperdício, sendo necessário conhecer e diferenciar as atividades desenvolvidas nos hospitais a fim de evitá-las (GRABAN, 2013). Existem dois tipos de atividades executadas em qualquer tipo de empresa (HINES; TAYLOR, 2000):

1. Atividades com valor agregado: estão ligadas ao primeiro princípio que gera valor na visão do cliente, tornando o produto ou serviço mais valioso.

2. Atividades sem valor agregado: são atividades que, na visão do cliente, não tornam o produto ou serviço mais valioso. As atividades sem valor agregado podem ser subdivididas em:

Necessárias: no processo atual, essa atividade é necessária, porém deve ser reduzida ou simplificada;
Não necessárias: no atual processo, essa atividade pode ser eliminada.

Figura 1 – Composição de atividades em empresa e distintas abordagens de melhoria

Fonte: (Hines e Taylor, 2000).
Segundo Graban (2013), qualquer problema que venha a interferir na capacidade das pessoas na realização de um trabalho é desperdício. Ohno (1997) identifica sete categorias de desperdício a serem reduzidas ou eliminadas. O quadro a seguir demostra as categorias de desperdício em hospitais:

Quadro 1 – Sete desperdícios identificados nas instituições hospitalares.

Fonte: Adaptado de GRABAN, 2013; GABASSA, 2014; FARIA, 2013; ESTEVES, 2015; BERTANI, 2012; TEIXEIRA, 2016; e PINTO, 2008.

Não é fácil evidenciar estes desperdícios, escondidos entre os processos instalados há anos, principalmente nos serviços de saúde onde se encontram fluxos e processos complexos. Para a identificação destes desperdícios e implementação de um novo fluxo, processo ou uma nova atividade, o Lean utiliza uma série de práticas e ferramentas necessárias para sua execução.